terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Drummond e o doidivana


Quando mandei uma mensagem a um amigo, citando drummond, prontamente, ele me remeteu a singela e simplória resposta telegráfica: "blog". Como que se latisse, a mensagem, não meu amigo, vez que ele nada tem que ver com os canídeos, mas com os suínos. Ele entenderá. Roinc... enfim, após sua resposta, ative-me ao pseudo-desespero de ter que divulgar ideias, sonhos e autocomiserações, mas antes disso, pensava, deitado a esperar a siesta passar no poema do maior bardo do país, para mim, um doidivana metido a poeta, contista e imoralista, de quando em vez. O fato é que pensava nesse poema específico do Drummond e deixo-lhe em vossa companhia.

Soneto da perdida esperança

Perdi o bonde e a esperança.
Volto pálido para casa.
A rua é inútil e nenhum auto
passaria sobre meu corpo.

Vou subir a ladeira lenta
em que os caminhos se fundem.
Todos eles conduzem ao
princípio do drama e da flora.

Não sei se estou sofrendo
ou se é alguém que se diverte
por que não? na noite escassa

com um insolúvel flautim.
Entretanto há muito tempo
nós gritamos: sim! ao eterno.

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