quinta-feira, 15 de abril de 2010

Do amor e do fatum


Nietzsche propalou o amor fati, o amor ao destino, o amor pelo que se é. A solidão em que esteve envolvido e nela fundou sua filosofia e princípios de vida é um exemplo mais que cabal e verdadeiro disso. E tampouco isso é uma verdade. A filosofia da solidão deveria ser ensinada, assim como a tanatologia, para que não sofrêssemos "desnecessariamente" e imbuídos de preceitos valorativos e dogmas teológicos que nos paralisam e não nos fazem nós mesmos, apenas produtos de desejos e intentos de tantos outros. Aqueles que acreditam no valor da altruísmo, da compaixão e de outros ismos são mantenedores de um mundo mentiroso, falacioso, inescrupuloso e cheio de veleidades. Até aqui, não nos foi dada a chance de pensarmos por nós mesmos. A escola, a igreja, o casamento, a família, o senso comum, o gregarismo e a epopéia dos rebanhos nos apresentou e nos educou a aceitarmos, obedecermos, fingirmos, baixarmos a cabeças, enfim, sofremos calados e resignados, como se houvesse uma saída transcendente. O amor fati seria a solução? O eterno retorno do mesmo? A imanência? Onde estão os braços que nos afagam? Que nos vangloriam? Nós? Os outros, sempre os outros, a resposta está lá. E o que fazemos de nós nesse enquanto, quando desfeitos em outros que ninguém toca, sente, ou vê? Apenas reflexos de ignorância...

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